MUDANÇA INTERIOR

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Este espaço é dedicado a pessoas que buscam novos caminhos e escolhas para uma vida de plenitude, equilíbrio e qualidade de vida.

Mas é claro que vamos falar das notícias do mercado imobiliário, fazer análises, críticas, comentar tendências, além de abordar cultura, vinhos, terapia, atividade física, alimentação, projetos sociais, hobbies e outros assuntos.

Aqui não se fala em religião, apenas em ferramentas que auxiliam as práticas de quem acredita e busca alcançar a plenitude de sua relação com Deus.

De acordo com Dalai Lama, “espiritualidade é aquilo que produz no ser humano uma mudança interior”.

Todos os assuntos abordados serão escritos por profissionais de cada área, e ainda teremos matérias interessantes dos maiores portais brasileiros.

Então, para começar, segue uma reflexão:

A maior parte das pessoas acorda pensando no meio de sustentar sua família e se esquece de que por trás disso existe um ser humano que precisa de cuidados, não só físicos, mas principalmente espirituais.

A ideia é que nossa vida seja igual, uma balança que não penda nem para um lado nem para o outro. Saber harmonizar seu dia a dia não é tarefa tão simples, mas existe uma infinidade de possibilidades e ferramentas que podem auxiliá-lo.

Vamos citar algumas aqui neste espaço, e quem sabe você não encontra um caminho diferente e com mais qualidade de vida?

Digo isso tudo com propriedade, pois fiz da minha vida essa mudança. Nascido em fevereiro de 1964, de família simples, católica, descendentes de italianos, aprendi logo cedo que a vida não seria fácil, tive muito pouca informação e referência sobre vida profissional e praticamente nada sobre espiritualidade. Mas ainda jovem e com muita vontade de lutar, comecei essa trajetória, passando por várias áreas de atuação, iniciando como estagiário em um estúdio de criação de uma agência de publicidade bastante conhecida na época.

Acontece que o serviço militar na aeronáutica interrompeu meus projetos, e logo que saí desse período não consegui o retorno na empresa anterior e fui trabalhar como escriturário e depois como caixa em um Banco. Mas não me via trabalhando como gerente dessa área (sempre achei que não faltaria emprego para mim), então mudei totalmente o meu perfil e fui trabalhar em um grande grupo de investidores, como gerente de uma casa de vídeo-pôquer até que a Legislação interrompesse esse período.

Aí veio o convite para trabalhar como gerente em uma churrascaria, também famosa na época, onde aprendi bastante, o suficiente para montar o meu próprio restaurante, que teve seus altos e baixos e que durou exatos oito anos – período desgastante e que me fez retroceder espiritualmente. Com o seu fim veio o primeiro gosto amargo de derrota, mas, como um bom brasileiro que nunca desiste, segui em frente... e resolvi montar uma sociedade de um centro automotivo com meus dois irmãos. Mas sabe quanto eu entendia sobre o assunto? Pois é, nada, por isso veio outro sabor de derrota. Dessa vez, junto com esse momento delicado, veio a sequela: o fim do meu primeiro casamento! E ter que aceitar a ideia de conviver sem a presença do meu filho, que na época tinha apenas quatro anos, não foi fácil. Mas, vamos lá, sou brasileiro lembra?

Veja que vontade não é suficiente, é preciso muito mais. Então, depois de tantos desafios no comércio, recebi um convite para entrar no mercado imobiliário, algo que a princípio relutei em aceitar. Mas naquele momento, sem dinheiro, com um casamento desfeito e baixa perspectiva para qualquer outra atividade que eu pudesse arcar com as despesas, não me sobrou outra alternativa que não fosse aceitar.

No começo foi difícil aceitar o fato de voltar a ser funcionário – “ORGULHO” –, mas com o passar do tempo e com a primeira venda, começou a voltar a esperança de dias melhores. Depois de três anos na área, eu já me achava a última bolacha do pacote, e foi então que fiz outra sociedade. Montei um escritório junto com outro corretor (grande parceiro da época, também com uma trajetória brilhante), fizemos ótimos negócios, crescemos financeiramente e sentimos o gostinho do sucesso, invejados por muitos. Mas espiritualmente eu ainda era uma pessoa pequena (“GRATIDÃO”? O QUE É ISSO?). Gastava dinheiro como se ele nunca fosse faltar (“ARROGÂNCIA”). Não ouvia ninguém, eu me bastava. Até que, quatro anos depois, lá estava eu novamente sentindo o gostinho amargo da derrota.

E dessa vez foi diferente, passei a pior fase da minha vida, sociedade desfeita (“EGO”), mais um final de relacionamento (com quem nunca imaginava que iria me abandonar), a notícia de que meu pai estava com quadro de neoplasia avançado, minha mãe depressiva e sem amigos. Não havia sobrado ninguém nem para um desabafo – o momento mais delicado da minha vida. Alguns poucos meses depois, veio o falecimento do meu pai, para piorar ainda mais. Foram 8 meses de calvário, e parecia que tudo nunca mais teria jeito.

Foi então que veio a maior benção da minha vida! Um amigo de infância que eu não via há muito tempo veio me visitar e, depois que contei a ele tudo que havia me acontecido (isso não foi por acaso), ele me levou para conversar com uma pessoa líder de uma casa espiritual (uma Oficina do Amor). Psicóloga, empresária, também teve uma trajetória parecida com a minha, alguém que mudou, ou melhor, transformou minha vida (aqui acreditei na existência de um Deus). Nunca tive a oportunidade de agradecê-la, pois mudou-se de cidade sem que eu tivesse tempo de saber. Ela me fez ver a vida de outro ponto de vista, entendi que olhava apenas para mim mesmo, que só me interessava pelo meu próprio bem-estar, pelas minhas vontades, que tudo deveria ser bom apenas para mim. As outras pessoas eram compráveis. “Pensamento pequeno”, hoje sei. Ela me fez refletir sobre tudo o que eu estava fazendo da minha vida e fez as seguintes perguntas: “Você sente orgulho da sua vida? Como você acha que as pessoas que te conhecem te imaginam? O que elas pensam a seu respeito e o que você irá deixar de bom quando partir?”. Isso mexeu muito comigo. Pode parecer pouco, mas fez com que eu sentisse a maior vergonha da minha vida e a vontade de mudar tudo isso.

Hoje sei que só existem duas formas para a mudança interior: ou é no amor ou na dor. Poderia ter sido diferente, mas nada é por acaso. Eu precisei conhecer a dor para poder mudar meus hábitos, pensamentos, minha forma de viver. Aprendi que todas as pessoas que passam pela minha vida são importantes e que todas têm seu valor. Não é por acaso que você aprende todos os dias com tudo que se passa ao seu redor.

Hoje tenho meu próprio escritório de negócios, um novo casamento, pratico atividade física, cuido da alimentação, tenho meu momento de meditação e tenho uma nova perspectiva da vida. Ainda não cheguei ao patamar que desejo, mas sei que será apenas uma questão de tempo, inclusive para os novos projetos que tenho. Mas estou em crescimento constante, e isso é o mais importante. Não posso reclamar do resultado! Estudo diariamente espiritualidade, descobri diversas formas para esse crescimento, e o resultado dessa nova vida é o reconhecimento da minha mudança pelas pessoas com que convivo diariamente. São elas que me afirmam a nova pessoa que venho me tornando. Ainda preciso melhorar em vários aspectos, mas sei que me sinto muito melhor ajudando outras pessoas do que pensando somente em mim mesmo.

Para tudo existe um recomeço. Eu estou em um processo de mudança de nove anos e a cada dia sinto mais vontade de me aprofundar nesses estudos. Agora quero começar a ajudar, da mesma forma que fui ajudado. Então, decidi escrever este texto, que será o início de uma nova fase da minha vida. Todas essas ferramentas que usei durante todos esses anos, buscando me tornar alguém melhor, irei disponibilizar aqui neste espaço, aos poucos. Quem quiser mais informações sobre os assuntos me mande um e-mail, que responderei na medida do possível.

E acredite: um dia você irá descobrir que o universo é perfeito!


SERGIO CERRI




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